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Item Trabalho Docente, Gênero e Questões Nascentes: Fios e bordados Que Se Costuram(Instituto Paulo Freire - Espanha/ V Encontro Internacional do Fórum Paulo Freire, 2006-09) Reis, Maria Amelia; Rabelo, AmandaPenetrar a dimensão dos poderes e saberes que envolvem as subjetividades que se constroem nos possibilitou reencontrar Paulo Freire e a importância de suas análises políticas que colocam a educação como uma experiência histórica singular marcada pela relação de cada um consigo mesmo, com o outro e com as políticas do Estado na progressiva emergência da subjetividade e das representações que emergem das várias formações discursivas. Trazer ao debate as escolhas pelo trabalho docente em sua tessitura com as questões de gênero como lugar onde se entrelaçam fios que se costuram a todo um conjunto de técnicas de fabricação de sujeitos, homens e mulheres, nos possibilitou compreender que o lugar das escolhas é também uma opção histórica marcada pelas práticas discursivas e não-discursivas que nos constroem para ser o que somos e dizermos o que dizemos. Com o objetivo de desvendar as forças que nos constituiram como sujeitos de verdade capazes de fazer opções de trabalho profissional, sem nos darmos conta das contingências que nos colocam os discursos e as imagens representadas se coloca a problematização Que processos nos assujeitam como homens e mulheres de acordo com toda uma maquinaria formadora de sujeitos presos a uma racionalidade que se exprime como única e soberana? Pretendemos que esse texto em toda sua simplicidade, se configure como um instrumento de novas experiências investigativas sob o temática anunciada de forma a que se problematizem novas quetões e que emerjam novos instituintes.Item Intercultura e Educação(2004) Fleuri, Reinaldo MatiasA intercultura refere-se a um complexo campo de debate entre as variadas concepções e proposta que enfrentam a questão da relação entre processos identitários socioculturais diferentes, focalizando especificamente a possibilidade de respeitar as diferenças e de integrá-las em uma unidade que não as anule. A intercultura vem se configurando como uma nova perspectiva epistemológica, ao mesmo tempo que um objeto de estudo interdisciplinar e transversal, no sentido de tematizar e teorizar a complexidade (para além da pluralidade ou da diversidade) e a ambivalência ou o hibridismo (para além da reciprocidade ou da evolução linear) dos processos de elaboração de significados nas relações intergrupais e intersubetivas, constitutivos de campos identitários em termos de etnias, de gerações, de gênero, de ação social. A partir de diferentes percursos e concepções teórico-metodológicas, desenvolvidos na América do Norte, na Europa, na América Latina, a problemática vem interpelando o campo da educação no Brasil, que vem respondendo com estudos e propostas no campo da educação indígena, das políticas afirmativas das minorias étnicas, dos processos de inclusão social de pessoas portadoras de necessidades especiais, dos movimentos de gênero, da valorização das culturas infantis, dos movimentos de pessoas de terceira idade. Os mais recentes trabalhos de pesquisa (apresentados em 2002, na 25ª Reunião da ANPEd), descortinam novas perspectivas de compreensão das diferenças e das identidades culturais no campo das práticas educativas. Para além de uma compreensão rígida, hierarquizante, disciplinar, normalizadora da diversidade cultural, emerge o campo híbrido, fluído, polissêmico, ao mesmo tempo trágico e promissor da diferença, que se constitui nos entrelugares e nos entreolhares das enunciações de diferentes sujeitos e identidades socioculturais. Neste contexto, a educação passa a ser entendida como o processo construído pela relação tensa e intensa entre diferentes sujeitos, criando contextos interativos que, justamente por se conectar dinamicamente com os variados contextos culturais em relação aos quais os diferentes sujeitos desenvolvem suas respectivas identidades, se torna um ambiente criativo e propriamente formativo.