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    Pedagogia antropocêntrica versus ecopedagogia: a ruptura necessária para uma educação libertadora
    (IX Encontro Internacional do Fórum Paulo Freire, 2014-09) Carola, Carlos Renato
    Este estudo problematiza a prática da pedagogia antropocêntrica e propõe o paradigma da ecopedagogia como práxis libertadora. Apresenta uma reflexão sobre o sentido da crise socioambiental na sociedade contemporânea e aponta algumas coordenadas conceituais para enfrentar a “caixa de pandora” aberta pelo espírito capitalista moderno. No contexto do Renascimento Europeu, começa a se edificar uma nova visão de mundo a partir da teoria heliocêntrica; surgem os fundamentos capilares da ciência antropocêntrica moderna. No século XVIII, o movimento iluminista foi fundamental para enfrentar as forças da tirania e da opressão, mas a maioria de seus filósofos depositou suas utopias no desenvolvimento da ciência e tecnologia, no progresso econômico e civilizatório. A partir do século XIX, o capitalismo se tornou o sistema socioeconômico dominante, com poder de exploração e devastação ambiental em escala planetária. No ambiente cultural da sociedade capitalista, a condição humana se modelou sob os imperativos da pedagogia antropocêntrica e o dispositivo da servidão voluntária. Com o desenvolvimento científico e tecnológico, e os mecanismos do antropocentrismo e da servidão, a sociedade moderna impôs uma “solução final” para os povos indígenas, para os ecossistemas naturais e os animais não humanos. A ecopedagogia como práxis libertadora pode se constituir numa pedagogia fundamental para a conscientização ecológica e formação de novos sujeitos.