O Pensamento Ético de Paulo Freire

Data
2004
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Resumo
Ao pretender instaurar uma "ética universal do ser humano", Freire elege como fundamental na sua obra pedagógica o conceito de eticidade, que postula como sendo imanente ao Homem. Aliás, é tarefa própria do Homem - que se reconhece como sujeito de acção e transformação - "eticizar o mundo", humanizando-o. Só assim é plenamente exercida a vocação ontólogica gumana para "ser mais". Mas se é ética essa vocação natural, como explica o autor a existência de "actos malvados", tais como o do cruel assassinato do índio Galdino Jesus dos Santos por cinco adolescentes em Brasília? Freire reage com evidente sentimento de estranheza: "Que coisa estranha brincar de matar índio, de matar gente." Mas como justifica a não-eticidade deste acto? Sem colidir com a suposta vocação ética do Homem, que insiste em postular a priori, Freire desenvolve a idéia de desvio, distorção, esvaziamento ou carência de eticidade, resultando num conceito que não é concebido como radicalmente outro, mas mais como fruto de uma espécie de processo degenerativo do ser ético primordial, pelo que vincula as atitudes não-éticas à própria ética originalmente humana.
Descrição
Apresentado no Círculos de Discussão Temática - Pedagogia Freiriana I, no IV Encontro Internacional do Fórum Paulo Freire, realizado na cidade do Porto em Portugal, durante os dias 19 e 22 de setembro de 2004.
Palavras-chave
Citação
CARVALHO, Joana de
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