Educação popular na América Latina – Percursos de educadoras e educadores populares da geração de 1960 no Brasil
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Data
2022-07-28
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UNICAMP
Resumo
A década de 1960 foi marcada pela criação e desenvolvimento de experiências sociais que nos primórdios dos “anos sessenta” receberam nomes como: Movimento de Cultura Popular (MCP), Centro de Cultura Popular (CPC), Movimento de Educação de Base (MEB), Juventude Universitária Católica (JUC), dentre outros. Os processos políticos, pedagógicos e sociais da Educação Popular foram gestados no seio desses movimentos, e posteriormente se espraiaram por todo Brasil e pela América Latina. Esta pesquisa buscou recobrar percursos, experiências e memórias dos principais atores individuais e coletivos reunidos ao redor do que veio a ser a Educação Popular a partir de 1960, reconstruindo suas gêneses históricas, ontológicas e seus antecedentes pelo Brasil e pela América Latina por meio de uma digressão temporal até 1964. Para as análises, elegeu-se o recorte cronológico compreendido entre 1953 a 1964, tendo como marcos históricos a Revolução Cubana e a instauração da Ditadura Militar no Brasil. Para tal empreitada nos ancoramos em grande medida na produção bibliográfica dos professores Educadores(as) Populares que viveram e fizeram parte desta época, tais como, Carlos Rodrigues Brandão (1977; 1986; 2009), Paulo Freire (1967; 1989; 1994), Osmar Fávero (1983; 2001; 2002), Oscar Jara (1984; 2009; 2020), e posterior à essa época Maria Clarisse Vieira (2006) que cedeu um precioso relicário de memórias para trazermos de volta os percursos políticos-pedagógicos do casal Vera Barreto e Zeca Barreto (1992). Adotamos uma metodologia de cunho teórico-bibliográfico, e com os aportes da abordagem qualitativa realizamos as entrevistas com acesso público e gratuito. Do conjunto de documentos analisados, destacam-se as cartilhas de alfabetização e pós-alfabetização do conjunto “Viver é Lutar”, dos quais identificamos o MEB como a principal frente de alfabetização nacional de adultos na década de 1960, e como experiência pioneira de “educação a distância no Brasil”, por meio de suas escolas radiofônicas. Mapeamos e resgatamos os sentidos e significados ao longo da gênese, história e ontologia do termo “popular - cultura popular - educação popular”, além disso encontramos uma grande quantidade de “mulheres protagonistas” ao longo da história da Educação Popular na América Latina, nas linhas de frente dos processos de alfabetização popular em seus países. Outrossim, constatamos que as experiências individuais desses “Educadores(as) da Geração de 1960” se vinculam sempre a experiências coletivas de alfabetização de cunho popular e social. Esta pesquisa encontrou como dado central que esses professores “Educadores(as) Populares” não só são protagonistas da Educação Popular, mas sim, eles são fundantes dos processos da Educação Popular no Brasil e na América Latina, eles não só fazem parte da geração de Educadores(as) Populares da década de 1960, mas também são os próprios fundadores das premissas político-pedagógicas e sociais da Educação Popular, que continua viva por meio deles e através de uma nova geração de Educadores(as) Populares inspirados nessa geração nos dias de hoje.
Descrição
Palavras-chave
América Latina. Educação Popular. História da Educação. Mulheres Educadoras Populares. Educadores Populares da Geração de 1960.
Citação
SILVA, César Ferreira da. Educação popular na América Latina – Percursos de educadoras e educadores populares da geração de 1960 no Brasil. 2022. Dissertação (Mestrado em Educação) - UNICAMP. Campinas, 2022.