Navegando por Autor "Carvalho, Joana de"
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Item Paulo Freire e a filosofia no ensino secundário: Relato de uma experiência(2004) Carvalho, Joana deA actividade que nos propomos relatar insere-se numa tentativa experimental de "levar Paulo Freire à escola pela mão da Filosofia, veiculando sobretudo a dimensão ética do pensamento do autor. Tudo começou com a proposta de leitura da "Terceira carta" pedagógica constante na obra "Pedagogia da Indignação", numa turma de filosofia do ensino secundário. Este texto foi interpretado e explorado em situação de aula, tendo tido como enquadramento disciplinar o item programático designado por "A acção humana e os valores", particularmente no que concerne ao tópico relativo à "dimensão ético-política" da acção humana. Na sequência desta iniciativa, e tendo em consideração "Os direitos humanos e a globalização" como tema orientador da leccionação desta disciplina, surgiu a ideia de realizar uma peça de teatro, utilizando essencialmente como base literária e conceptual textos de Paulo Freire. A leitura inicialmente proposta - a descrição do bárbaro assassinato de um índio, em Brasília, por cinco adolescentes - serviu de mote a uma peça de teatro intitulada "Alegoria da Vida", que viria a ser representada pelos alunos na sua escola, no final do ano lectivo.Item O Pensamento Ético de Paulo Freire(2004) Carvalho, Joana deAo pretender instaurar uma "ética universal do ser humano", Freire elege como fundamental na sua obra pedagógica o conceito de eticidade, que postula como sendo imanente ao Homem. Aliás, é tarefa própria do Homem - que se reconhece como sujeito de acção e transformação - "eticizar o mundo", humanizando-o. Só assim é plenamente exercida a vocação ontólogica gumana para "ser mais". Mas se é ética essa vocação natural, como explica o autor a existência de "actos malvados", tais como o do cruel assassinato do índio Galdino Jesus dos Santos por cinco adolescentes em Brasília? Freire reage com evidente sentimento de estranheza: "Que coisa estranha brincar de matar índio, de matar gente." Mas como justifica a não-eticidade deste acto? Sem colidir com a suposta vocação ética do Homem, que insiste em postular a priori, Freire desenvolve a idéia de desvio, distorção, esvaziamento ou carência de eticidade, resultando num conceito que não é concebido como radicalmente outro, mas mais como fruto de uma espécie de processo degenerativo do ser ético primordial, pelo que vincula as atitudes não-éticas à própria ética originalmente humana.