Carvalho, Joana de2016-10-042019-12-112016-10-042019-12-112004CARVALHO, Joana deFPF_PTPF_01_0571https://acervo.paulofreire.org/handle/7891/3851Apresentado no Círculos de Discussão Temática - Pedagogia Freiriana I, no IV Encontro Internacional do Fórum Paulo Freire, realizado na cidade do Porto em Portugal, durante os dias 19 e 22 de setembro de 2004.Ao pretender instaurar uma "ética universal do ser humano", Freire elege como fundamental na sua obra pedagógica o conceito de eticidade, que postula como sendo imanente ao Homem. Aliás, é tarefa própria do Homem - que se reconhece como sujeito de acção e transformação - "eticizar o mundo", humanizando-o. Só assim é plenamente exercida a vocação ontólogica gumana para "ser mais". Mas se é ética essa vocação natural, como explica o autor a existência de "actos malvados", tais como o do cruel assassinato do índio Galdino Jesus dos Santos por cinco adolescentes em Brasília? Freire reage com evidente sentimento de estranheza: "Que coisa estranha brincar de matar índio, de matar gente." Mas como justifica a não-eticidade deste acto? Sem colidir com a suposta vocação ética do Homem, que insiste em postular a priori, Freire desenvolve a idéia de desvio, distorção, esvaziamento ou carência de eticidade, resultando num conceito que não é concebido como radicalmente outro, mas mais como fruto de uma espécie de processo degenerativo do ser ético primordial, pelo que vincula as atitudes não-éticas à própria ética originalmente humana.PDFptEsta obra foi doada ao Instituto Paulo Freire e disponibilizada para acesso público sob uma Licença Creative Commons Atribuição - Compartilhamento pela mesma licença 4.0 (CC BY-SA 4.0)O Pensamento Ético de Paulo FreireEvento